Foi sepultado na tarde da última terça-feira (24), no Cemitério Municipal de Goioerê, no noroeste do Paraná, o corpo da pequena Ayla Neres, de apenas 3 anos, morta a tiros pelo próprio pai na manhã de segunda-feira, 23, em Londrina. O caso ganhou repercussão nacional.
Ayla foi velada no Cemitério Parque das Oliveiras, em Londrina, e, no início da tarde, o corpo seguiu para Goioerê, onde foi enterrado ao lado do avô. Durante o velório, a mãe da menina, Cristina Neres de Sá, visivelmente abalada, relatou detalhes do crime brutal.
Segundo Cristina, Ayla estava passando alguns dias com o pai, Diego de Souza, 33 anos, devido à sua mudança para Goiás após se casar novamente, o que ocorreria naquele dia. Na manhã do crime, Diego foi até o condomínio onde Cristina mora, na zona norte de Londrina, para devolver a filha. No entanto, armado com um revólver, ele disparou contra a criança, que estava na cadeirinha no banco de trás do carro, e depois atirou em direção à ex-companheira, atingindo-a de raspão na cabeça. Cristina fingiu estar morta para sobreviver.
Após o ataque, Diego fugiu com o corpo da filha no carro e abandonou o veículo no Jardim Marieta. Ele foi localizado horas depois em um bar no Jardim Santa Rita e preso com a arma do crime pela Guarda Municipal, numa operação que mobilizou também diversas equipes da Polícia Militar e o helicóptero do ΒΡΜΟΑ.
Em depoimento à polícia, Diego afirmou que teve um surto e que sua intenção inicial era tirar a própria vida após devolver a filha à mãe. Ele alegou não suportar a ideia de Ayla conviver com outro homem, já que Cristina iria se casar novamente. O delegado João Batista dos Reis, responsável pelo caso, acredita que Diego agiu premeditadamente para se vingar da ex-companheira. Durante o depoimento, Diego afirmou não se lembrar de ter tentado matar Cristina.
A defesa de Diego, representada pelo advogado Alexandre Aquino, argumentará que seu cliente sofreu um surto psicótico, embora ele não tenha histórico de doenças mentais ou uso de medicamentos controlados.
Diego de Souza segue preso e deverá responder pelos crimes de feminicídio consumado, tentativa de feminicídio, porte ilegal de arma de fogo e resistência à prisão. O delegado João Reis afirmou que todas as evidências indicam que Diego planejou o ataque.
Cristina, mãe de Ayla, clama por justiça. "Nada vai trazer minha filha de volta, mas eu espero que ele pague pelo que fez. Ele destruiu a nossa família", desabafou.
O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.
Ficha criminal
Conforme apurado, Diego de Souza possui passagens pela polícia. De acordo com levantamento das autoridades policiais, o homem possui passagem por crime de estupro de vulnerável, um por violência doméstica e outra por agressão física. O crime de estupro de vulnerável e agressão foram registrados no ano de 2013 em São José dos Pinhais. Já a passagem por violência doméstica teria ocorrido no ano de 2015 na cidade de Corbélia.
Londrina News